A Eternidade

Há quanto tempo não olhas para o céu

Com tempo

Sem pensar

Nessa tua perpétua contrariedade

Que por muito que o desejes

Para o alcançares será sempre demasiado tarde?

Há quanto tempo que não tocas

Na suave superfície

De quem amas

Sem pensar

Que esse toque fica sempre no presente

Porque o futuro te poderá reservar

Outras texturas mais rugosas

De que não irás gostar?

Há quanto tempo não te conformas

Que a linha do horizonte

É uma linha a que nunca irás chegar

Há quanto tempo ainda não interiorizaste

Que não vale a pena lutar?

Mas há quanto tempo

Essa tua fome pelo infinito

É a tua maior satisfação

O maior alimento

Dos sonhos

Que nunca paraste de gerar

Onde a superfície será sempre agradável

Por muito que o tempo a tente envelhecer

Onde o horizonte

É apenas uma linha

Que desenhas

Ou que gostas de escrever

Uma fronteira

Que ultrapassas

Sempre que te apetecer

Com essa tua força

Esse teu amor

Por ela

E por toda a humanidade?

Manda pois os limites à merda

E grita

Quando tos quiserem marcar

No chão

Porque o teu chão

A tua terra

É a Eternidade!

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 23/06/2024
Código do texto: T8091884
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