A Eternidade
Há quanto tempo não olhas para o céu
Com tempo
Sem pensar
Nessa tua perpétua contrariedade
Que por muito que o desejes
Para o alcançares será sempre demasiado tarde?
Há quanto tempo que não tocas
Na suave superfície
De quem amas
Sem pensar
Que esse toque fica sempre no presente
Porque o futuro te poderá reservar
Outras texturas mais rugosas
De que não irás gostar?
Há quanto tempo não te conformas
Que a linha do horizonte
É uma linha a que nunca irás chegar
Há quanto tempo ainda não interiorizaste
Que não vale a pena lutar?
Mas há quanto tempo
Essa tua fome pelo infinito
É a tua maior satisfação
O maior alimento
Dos sonhos
Que nunca paraste de gerar
Onde a superfície será sempre agradável
Por muito que o tempo a tente envelhecer
Onde o horizonte
É apenas uma linha
Que desenhas
Ou que gostas de escrever
Uma fronteira
Que ultrapassas
Sempre que te apetecer
Com essa tua força
Esse teu amor
Por ela
E por toda a humanidade?
Manda pois os limites à merda
E grita
Quando tos quiserem marcar
No chão
Porque o teu chão
A tua terra
É a Eternidade!