Insônia de Prazer
Não cansou a alma faminta, nem os olhos bem vermelhos, da carne que se desgasta.
Valeu a lua, a rua, o lampião, a rede nua, sua nudez.
O beijo de amor, lábios de aroma, um doce gozo.
Céu de estrelas, como águas e cascatas, bichos e colibris, esqueço o sono.
No peito de você, deito em travesseiro de nuvens, sou um deus no paraíso.
E o homem de sangue, osso e pecado, morre um tanto, de banjo e arpas celestiais, sou anjo que cai do céu.
Insônia, de quarto e desejos, perco me em entranhas escuras, caminhos quentes de ti.
Sou flor no vento, passarinho feliz, um tanto sol, flutuo na leveza de te amar.
Não cansou a alma faminta...
João Francisco da Cruz