O caminhar pela água barrenta

O mundo da superfície

E seus hostis sons

Carregados pelo seu seco ar

Provou ser um ambiente

Hostil para a sua pessoa

A primeira atitude tomada

Foi o refúgio nas águas barrentas

Dos pântanos, onde o ar se afogaria

Na superfície dessas, tornando-se

Incapazes de veicular

Palavras que tanto te machucam

As palavras que te alcançaram antes de sua entrada

No entanto, criaram ninhos de passarinho dentro

De sua cabeça, piando seus venenos

Enquanto que as águas, antes tidas como

Refúgio, tornavam-se sua prisão particular

Te achei em seu sofrimento constante, sem escapada

Gritei seu nome, a fim de chamar sua atenção

Mas nem o ar dotado das boas intenções

Pôde adentrar as águas barrentas

Adentrei eu mesmo as águas

Pude ouvir os pios que tanto te atormentavam

Te tirei dela, e a coloquei em água limpa

Abastecida com palavras

Voltadas para a sua cura

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 12/06/2024
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