O caminhar pela água barrenta
O mundo da superfície
E seus hostis sons
Carregados pelo seu seco ar
Provou ser um ambiente
Hostil para a sua pessoa
A primeira atitude tomada
Foi o refúgio nas águas barrentas
Dos pântanos, onde o ar se afogaria
Na superfície dessas, tornando-se
Incapazes de veicular
Palavras que tanto te machucam
As palavras que te alcançaram antes de sua entrada
No entanto, criaram ninhos de passarinho dentro
De sua cabeça, piando seus venenos
Enquanto que as águas, antes tidas como
Refúgio, tornavam-se sua prisão particular
Te achei em seu sofrimento constante, sem escapada
Gritei seu nome, a fim de chamar sua atenção
Mas nem o ar dotado das boas intenções
Pôde adentrar as águas barrentas
Adentrei eu mesmo as águas
Pude ouvir os pios que tanto te atormentavam
Te tirei dela, e a coloquei em água limpa
Abastecida com palavras
Voltadas para a sua cura