Advogado
(Uma homenagem ao meu prezado amigo Guilherme Antunes, e com ele outros bons advogados).
Quando a um a multidão insulta,
E sobre o acusado se arremete,
E este só e desesperado procura
Uma pedra na qual se sustente.
Surge ele, que com o seu aríete,
Abre brechas no sumário da culpa.
Normalmente um homem de letras,
Cujos braços a ninguém intimida.
De cabelos alvos e brancas suíças,
Enérgico, clama e defende a vida!
Este bedel que as suas teses fixa
E que ao réu defende com firmeza,
Tem a força de calar o "crucifica!"
E o poder de promover a justiça.
Sua voz dá abrigo ao injustiçado.
O conhecimento é o seu cabedal.
E com o argumento bem colocado,
Amiúde, traz silêncio ao Tribunal.
Ao final a sentença é prolatada:
"Absolvido! De toda a acusação!"
A turba, algoz, agora é calada.
E o acusado desaba em emoção!
O ofício do causídico foi perfeito
E a sua atuação foi magistral!
O Tribunal firmou justiça ao feito.
E restabeleceu-se a paz social.
Honorários ficam fora de questão.
Se muito, recebeu um "obrigado"!
Realmente, carece de abnegação,
O nobre ofício de ser Advogado.