Primor

Penas bailam ao som

Das abóbadas celestiais

Busca a forma doce e gentil

De enlaçar

Os signos soltos

Harmonia que reina

Da imensidão

Um brado rouco

Rompe o silêncio

Uma torrente densa

Tensa preenche os espaços

Ao lastro da obra

Que nasce e espanta

Um brilho de verdade

Um gigante curvado

Que na forma infantil

Brinca de pedrinhas

Ao mistério da alvorada

Quer ser literato

Letrado ao remendo

Da veia viva que jorra

A letra deslumbrante

De zinco

A peça de ferro

Leve e primorosa

Na essência

Que o suspiro respira

No palco da alma

Valdecir Rezende de Souza
Enviado por Valdecir Rezende de Souza em 07/03/2024
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