Primor
Penas bailam ao som
Das abóbadas celestiais
Busca a forma doce e gentil
De enlaçar
Os signos soltos
Harmonia que reina
Da imensidão
Um brado rouco
Rompe o silêncio
Uma torrente densa
Tensa preenche os espaços
Ao lastro da obra
Que nasce e espanta
Um brilho de verdade
Um gigante curvado
Que na forma infantil
Brinca de pedrinhas
Ao mistério da alvorada
Quer ser literato
Letrado ao remendo
Da veia viva que jorra
A letra deslumbrante
De zinco
A peça de ferro
Leve e primorosa
Na essência
Que o suspiro respira
No palco da alma