O PÓ ESTRELAR
Poema em parte baseado num belo sms que a Amiga Borboleta me enviou no Natal, poema inspirado na sua bela mas rara poesia.
Por motivos íntimos o fluxo migratório da minha poesia tende a diminuir até resíduos do que já foi. Se antes voava em bando, agora será apenas uma ave que irá rasgar os meus céus sensitivos uma vez por outra, ao sabor das minhas monções que vivem dias de sindroma, dias próprios de recolhimento que ignoro se me irão levar a dias mais prolixos a todos os níveis ou apenas a um gotejar quase subliminar que irei depositar neste lugar quando bem entender
O PÓ ESTRELAR
Abraços, beijos envolventes
E restantes e tímidos carinhos de mel
Que lá vou calhando dar
A cortina dos afectos por vezes se abre
Para
O pó estrelar
Que abençoa a espuma dos meus dias
Nebulosos ou simplesmente limpos
Corrente que alimenta o meu rio
Ao sabor do que sinto
Borboleta que voava em bando
Mas que agora voa sozinha
Laços que não sei se eternos
Para o carpir do tempo
Que em mim se avizinha
Palavras sempre palavras
Orientadas pela minha bússola da existência
Sem saber que a pessoa que aparece
É a pessoa certa
Corpo estranho
Que testo na minha ciência
No meu microscópio dos sentires
Onde analiso cada átomo
Para ver se esse objecto me serve
Ou será em mim
Consequência
De mais um acto
Dum amor perdido
Á procura de um amor achado
Nessa estrada que leva ao infinito
Que embora de traçado definido
Nela não sei bem o que faço
Que certezas tenho
Que pessoas quero perto de mim
Que pessoas por fim restarão
Cego na terra míopes
Na minha forma tão estranha de estar
Sei de quem gosto
Mas não sei se gostam da minha pessoa
Escrevendo esta espécie de testemunho
Com parte da minha essência :
O pó estrelar