O teu Canto
Quando
Cantas
Mais nada consigo
Nem quero ouvir
Pois a tua voz
É a partida
E a chegada
O sentido
A razão do meu existir
E quando choras
O mundo não pára
Em sentido literal
Menos para mim
Porque sei que esse choro
É visceral
Que vem dentro de Ti
De uma ferida que não te mata
Mas que te consome
Que queima tanto
Que sinto o teu calor
Que me assusta
Porque me faz perceber a dimensão da tua dor
E é por isso
Que nessa altura
Te escrevo palavras
Para que as possas cantar
Porque me disseste um dia
“São as tuas palavras que me podem salvar”
E por isso
Meu Amor
Escrevo-te
Escreverei sempre até a fonte delas secar
As tais palavras
Banais
Mas fundamentais
Pois são elas
Na tua voz
Que te impedem de afogar
E assim também me impedem de desaparecer