ARQUIVO DE HOMENAGEM A UM AMIGO
Poema "de fôlego" em redondilhas maiores.
Nome fictício do amigo: Disco.
ARQUIVO DE HOMENAGEM A UM AMIGO
Autor Valdir Loureiro
1- COMUNICAÇÃO EM VIDA
"Disco", meu Saudoso Amigo,
Eu me senti bem, depois
Que falei muito contigo
Sobre um pouco de nós dois.
Tenho tempo, ainda mais,
Para falarmos ainda
Em temas adicionais
E em uma ideia bem-vinda.
Eu relembro aquela era
Em que eu também enfrentava
Com a coragem de fera
Tudo que me desafiava.
Choro um pouco, sem querer,
Uma lágrima que me diz
Não ser possível saber
O quanto eu era feliz.
Foi um tempo inesquecível
Que os anos não trazem mais.
Todo sonho era possível
Para os nossos ideais.
Hoje, os tempos diferentes
Designam novos roteiros
Onde plantamos sementes
Em cima de outros canteiros.
Vou agora interromper
As minhas divagações
Porque tenho de fazer
Parte de outras missões.
A que não for nossa, é minha.
Não te envolvo em devaneio
Das fantasias que eu tinha
Sem que estiveses no meio.
Verdes são os nossos campos,
Da cor da nossa esperança,
Que à luz de alguns pirilampos,
Juntam-se à nossa lembrança.
2- HOMENAGEM PÓSTUMA
Eu sou um montador de verso
Que queria ser poeta;
E no poético universo,
Minha montagem é seleta.
Agradeço o bom momento
Em que fizemos contato
Qual um entretenimento
Do nosso "antigo retrato".
Conte com a minha discreta
Mão e colaboração
Para a homenagem completa
Ao "pai de uma geração".
Para um amigo e um "irmão
De farda", eu faço isso.
É uma satisfação
Que me dá mais compromisso.
Eu vou prestar uma homenagem
Póstuma, e entristecido,
A Disco, um Amigo Querido,
Que seguiu Eterna Viagem.
Na terra, fez sua passagem
Por onde deixou saudade.
Foi morar na Eternidade
Em que o espírito desabrocha.
Deixou entre nós a tocha
De uma amizade sem risco.
Seu nome fictício é "Disco",
É o "Disco feito de Rocha".
No que depender de mim,
Vai tudo ficar bonito:
O começo, o meio e o fim
Com um retoque erudito.
Não "brinco nesse serviço".
Portanto, vou me empenhar
Por um apoio maciço
A quem vou homenagear.
"Disco", sem querer, partiu.
Deixou a família e amigos,
Saudando-o em seus abrigos.
Às dores, não resistiu.
Seu médico não conseguiu
Debelar o sofrimento.
Para mim, resta o lamento
Que também causa sofrer
Por ver um colega ter
O seu destino mudado
Para um lugar confinado,
Esperando renascer.
Falei com o "Disco" ultimamente,
Por ligação telefônica.
Nossa conversa era uma crônica
Sobre o bom tempo da gente.
Pareceu-me resistente
À fadiga e à doença.
No entanto, não há quem vença
A força da Natureza
Quando declina na mesa
Mão de médico e bisturi,
E um leito da UTI
Vira um manto de fraqueza.