Patolino e Pernalonga

Após mais uma das zoadas do amigo que já nem conseguem mais deixá-lo puto.

Sabe que nem me incomoda mais. Creio que sentiria até falta se parasse.

Mastigando a cenoura e a surpresa da mensagem, não resiste.

Velhinho, fica triste não, sou assim, é minha natureza.

Não tô triste, me perdoe por te perdoar.

Escorado na arvore, mastigando a cenoura sem conseguir digerir, falta ao Coelho mais falante de todos, palavras.

O Pato se sente mal por ter deixado o amigo triste. Quer abraça-lo, mas conhece a natureza dele.

Baixa a cabeça como de costume e se sente impotente .

Mas de repente, se ergue num sorriso por descobrir a sua própria natureza. Olha pro amigo querendo contar a novidade. Mas o Coelho está na mesma posição como uma estátua hermética.

Então o Pato nota a gota de uma chuva caindo dos olhos do Coelho. Ele de vira e finge que não viu pra não torturar o amigo.

A natureza é implacável.

Fernando Tamietti
Enviado por Fernando Tamietti em 05/10/2023
Reeditado em 07/10/2023
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