Patolino e Pernalonga
Após mais uma das zoadas do amigo que já nem conseguem mais deixá-lo puto.
Sabe que nem me incomoda mais. Creio que sentiria até falta se parasse.
Mastigando a cenoura e a surpresa da mensagem, não resiste.
Velhinho, fica triste não, sou assim, é minha natureza.
Não tô triste, me perdoe por te perdoar.
Escorado na arvore, mastigando a cenoura sem conseguir digerir, falta ao Coelho mais falante de todos, palavras.
O Pato se sente mal por ter deixado o amigo triste. Quer abraça-lo, mas conhece a natureza dele.
Baixa a cabeça como de costume e se sente impotente .
Mas de repente, se ergue num sorriso por descobrir a sua própria natureza. Olha pro amigo querendo contar a novidade. Mas o Coelho está na mesma posição como uma estátua hermética.
Então o Pato nota a gota de uma chuva caindo dos olhos do Coelho. Ele de vira e finge que não viu pra não torturar o amigo.
A natureza é implacável.