Amizades e vazios
Amizades florescem sem o clima
propício do banho fresco do céu.
Desabrocham do peito uma união,
tal união forte quanto morrer;
E ter amigos é como ter frutos,
naturalizar-se com terra fértil
das polpas do solo, e sentir-se vivo.
Mas um dia as pragas hão de comer…
as nuvens cinzentas tolherão o mundo
da paz erma que o verão jazerá;
as sombras curvadas daquela foice,
que da vindoura tristeza sangrenta
colhe as águas dos dignos e dos ímpios.
Amizade: um mero pasto vazio.