O amor essa coisa estúpida

O amor

Faz-te cair

Com tanta força

Que te faz ricochetear

Em direcção ao céu

De onde não quererás regressar

Mas as nuvens onde estás não duram para sempre

Porque o sol para os outros também deve brilhar

E de repente estás de novo no chão

A sangrar

Porque aquilo que lhe disseste

Ela fez questão de to recordar

Fechando-te numa sala

(o teu intimo )

Cuja saída ajudas a bloquear

Pois receias que a tua ferida

Lá fora

Nunca mais volte a cicatrizar

Por isso ficas contigo

Até perceberes

Que tu és a tua pior companhia

Tu

És o teu pior inimigo

Tu és a mina

Que teimas em pisar

Tu és a palavra

Proibida

Que teimas em escrever

Mil vezes

E mais mil

Até ao fim do espaço

Dessa prisão

Desse teu quarto

Até ao dia

Que entendes

Que o síndroma de vampiro

Nada

Mas nada tem a ver contigo

Que é da luz

E não das trevas

Que te deves alimentar

Sais então do teu bunker

E espanto do espantos

O primeiro ser que vês

É outra Ela a passar

E nela

Voltas a ricochetear

A caminho do céu

Para esta história recomeçar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 12/09/2023
Código do texto: T7884033
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