Um cartão de presente (Para Alberto da Cunha Melo)
Moras tão longe e tão presente
que a miúda letra me alcança
lúcida em tinta de veneno.
Nenhum verso pra esperar...
Em tempo, o caminho de pedra,
esqueletos buscando a carne
de uma árvore plantada azul
na crista de seu octossilabo
Onde silêncios partem gris
mil pedaços dessa tua noite
para, substancialmente,
chover estrelas do zodíaco
em nossa alma feita de sonhos.
Não dormimos na real sina
em que cedo se despedaça
um coração puro em matéria:
poema para acordar
nesse pobre cotidiano
com um galho de planta verde
e celebrar luz em Alberto...