Cigarro
Triste companheiro, que, como eu
Vive dentro de uma caixa retangular
E quando liberto, zombas dos amigos
Ignorante de que hão de te queimar.
Amigo fiel dos solitários,
Conselheiro posterior do pecado
Cura da mente a rebelião ousada
Que fazem, indecentes, os pensamentos.
Organiza as ideias de um plebeu que,
Junto a latas de cerveja
Descansa às seis e meia.
Pego-te, tal namorada
E beijo-te, acendendo-o
No fogo que de ti faz fumaça
Em meus pulmões adentro.
Tinge minha alma em cinza,
Deteriora meu coração
Ao menos gozo do momento
Com hedonista paixão,
De fumar a ti e teus irmãos.