UNIVERSOS DE TERNURA
Os últimos dias foram particularmente geneticamente duros para mim. Ainda estou na ressaca de uma dor que lenta, mas seguramente está a desaparecer, mas sinto-me um homem quase novo, sinto a mim voltar as minhas e velhas forças, que fazem de mim um rochedo que praticamente resiste a tudo. Ainda não parei de chorar por dentro, mas as lágrimas que eram um oceano começam a ser um ribeirinho que mais não será do que uma lembrança pragmática de como não voltar a sofrer. Estou imensamente grato ao carinho que recebi, de Ti Amiga Borboleta no dia dos teus anos, do meu herói e Tio Zé que me segurou com ambas as mãos quando estava quase a naufragar, à Incrível Paula, à Ba e à Alexandra que numa noite de agonia me emprestaram a sua imensa e doce companhia, à Germana que demonstrou uma amizade e humanidade que me surpreenderam, ao Fernando e à sua doce Sara que também estiveram lá, ao Paulo (puto maravilha) e à sua Vera que me emprestaram uma força vital quando eu julgava ser pouco mais do que nada, à mana mais nova Rita Duque que nunca deixou que me afundasse dentro de mim, e aos meus Pais que sem compreenderem o motivo da dor me deram todo o seu apoio e humanidades. E a agonia foi aliviada pela minha nova banda sonora, a magnífica e inspiradora música do último álbum de David Fonseca “Dreams in Colour”, especialmente a música “Kiss me, oh Kiss Me”
Este poema é pois para vocês
UNIVERSOS DE TERNURA
Já sou capaz de atear um fogo suave e benigno
Com o meu sorriso
Já sou capaz de sonegar a dor que ainda me mata
Sair da minha casca genética
Do meu abrigo
E enfrentar a medo um mundo que tudo me dá
Mas com o qual não sei lidar
Já sou capaz de lhe ver as belas cores
Já sou capaz de voltar a respirar
A poesia que me faltava, e cuja falta
Envenenava o meu sentir
Voltou em força
E com ela
Voltei de novo a saber para onde ir
As palavras voltaram a correr pelas minhas veias
A alma está dorida
Mas aliviada
Estou de novo no terreno
E de volta à Estrada
Que me levará ao Infinito
Pois é nele
E acima de tudo
Em que acredito
Sinto de novo a parte benigna dos meus mundos
Onde as borboletas deixaram de ter o papel principal
São importantes mas secundárias
E assim sempre serão
Como um belo elemento decorativo
De planetas
Que não paro de gerar
Através da minha insaciável imaginação
Embora as lágrimas ainda me matem baixinho
É um som que procuro não escutar
Preferindo o riso que solto
Pela alegria simples de apenas viver
Com o que tenho
E de curioso querer saber
Que novas pessoas conhecerei
Qual será a próxima Princesa
Pela qual me irei apaixonar
Querendo adivinhar
Ou apenas trepar ao muro do destino
E espreitar um pouco
Sobre que poemas novos irei escrever
Quais os contos e livros
Que irei verter
Sempre na vossa companhia
Pois a vossa companhia
É todo o amor do mundo
É algo de eterno
Algo de perdura
E por isso fiz hoje para vós
Estes
Universos de Ternura