Promessas de Palha

Formulamos nosso laço

Com tiras de palha

Um pouco de cuidado

E as tiras não se cortam

Nem se desfazem

Muito menos se esfarelam

Se deixarmos quieto

Ele fica bonitinho

Sem perturbações

Selamos ele com palavras

Mas palavras não são ferro

Pois ferro não impede

Nosso laço de palha de queimar

E ser sentenciado à eterna

Despedida

A palha enegrece, se despedaça

E voa pelos ares

Sem forças, seus restos

Velejam pelos gasoso oceanos

Convertendo-se em fumaça

Fraquinha, silenciosa, lenta

Pouco tempo de vida até

Se assimilar ao ar

O selo do nosso vínculo foi

Liquidado e trucidado

Banido ao tão receptivo

Esquecimento, sem chance

De volta, não pode ser

Mais visto, cheirado, ouvido

Muito menos sentido

O vapor proveniente da queima

Continua a navegar pelo ar

Acabado no meio físico, porém eterno

No meio gasoso apenas

Para nós dois

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 10/06/2023
Código do texto: T7810528
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