Se você se tornar um monstro, você ainda será você mesma

Consigo ouvir

Sua voz

Mesmo nos seus mais

Longos e evidentes

Silêncios

Consigo sentir sua calma

Mesmo nos momentos

Mais impacientes

Consigo me lembrar

Da doçura em sua voz

Mesmo quando tudo

O que eu ouço

São seus gritos

Meu coração

Se enche do seu amor

Mesmo quando seu olhar de ódio

Me queima

O trocar

Das letras, sílabas e sons

Do seu nome

O remodelar

De um rosto

Com ou sem cores diferentes

Um diferente valsar

Uma nova bandeja de valores

São apenas cortinas

Sobre os mesmos olhares

Da mesma voz

E da mesma vida

Portadora de memórias

Com quem eu sempre

Compartilhei

De cuidados

Que ainda patinam

Em meu coração

De carinhos

Que conseguem vibrar o meu ser

Quando acho que tudo está acabado

No momento em o eixo do seu rosto

Virar e trocar sua face

Quando a vitrola dentro de você

Voltar a tocar o disco

Tão conhecido por mim e você

Quando seus dedos pararem

De desenharem cores e formas

Tão monstruosas e quentes

E voltarem a desenhar cores

Tão amenas e amigáveis

Saiba que pode voltar para

Me visitar

Pensou ter me pedido

Mas nosso vínculo

Permanece mesmo

Com as mais selvagens

Tempestades

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 05/04/2023
Código do texto: T7756914
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