Se você se tornar um monstro, você ainda será você mesma
Consigo ouvir
Sua voz
Mesmo nos seus mais
Longos e evidentes
Silêncios
Consigo sentir sua calma
Mesmo nos momentos
Mais impacientes
Consigo me lembrar
Da doçura em sua voz
Mesmo quando tudo
O que eu ouço
São seus gritos
Meu coração
Se enche do seu amor
Mesmo quando seu olhar de ódio
Me queima
O trocar
Das letras, sílabas e sons
Do seu nome
O remodelar
De um rosto
Com ou sem cores diferentes
Um diferente valsar
Uma nova bandeja de valores
São apenas cortinas
Sobre os mesmos olhares
Da mesma voz
E da mesma vida
Portadora de memórias
Com quem eu sempre
Compartilhei
De cuidados
Que ainda patinam
Em meu coração
De carinhos
Que conseguem vibrar o meu ser
Quando acho que tudo está acabado
No momento em o eixo do seu rosto
Virar e trocar sua face
Quando a vitrola dentro de você
Voltar a tocar o disco
Tão conhecido por mim e você
Quando seus dedos pararem
De desenharem cores e formas
Tão monstruosas e quentes
E voltarem a desenhar cores
Tão amenas e amigáveis
Saiba que pode voltar para
Me visitar
Pensou ter me pedido
Mas nosso vínculo
Permanece mesmo
Com as mais selvagens
Tempestades