O ÚLTIMO HOMEM NO CASTELO
De sentinela
Não fumo
Porque não há prazeres
Mesmo que mortais
Num pesadelo
Apenas resto eu e o medo
Sou
O último homem no castelo
Tenho tempo
Mas não paciência
Para lamentar
O que me levou a este novelo
De destruição
De caos
Prefiro olhar o horizonte
De onde virá o fim
Sou
O último homem no castelo
Não fujo
Porque estou farto
Farto de criticar
As merdas que levaram
A este cerco
As politicas
De sempre
Que se resumem ao que são todas as guerras:
Luta pelos recursos do vizinho
Lutas
A que chamam “pela liberdade de um povo”
Mentiras
Na qual acredita o povinho
O mesmo que vai morrer para que os seus senhores
Continuem a enriquecer
Mas tudo isto
Tudo tenho que esquecê-lo
Porque nada me tira daqui
Sou o
O último homem no castelo
Mas estou
E estarei
Neste derradeiro lugar
Porque disfarcei tudo isto
Com um ideal
Por isso
Apesar do medo
Nunca pensei que o fim
Pudesse ser belo
É-o
Quando se cai por uma causa
Sou
O último homem no castelo