O ÚLTIMO HOMEM NO CASTELO

De sentinela

Não fumo

Porque não há prazeres

Mesmo que mortais

Num pesadelo

Apenas resto eu e o medo

Sou

O último homem no castelo

Tenho tempo

Mas não paciência

Para lamentar

O que me levou a este novelo

De destruição

De caos

Prefiro olhar o horizonte

De onde virá o fim

Sou

O último homem no castelo

Não fujo

Porque estou farto

Farto de criticar

As merdas que levaram

A este cerco

As politicas

De sempre

Que se resumem ao que são todas as guerras:

Luta pelos recursos do vizinho

Lutas

A que chamam “pela liberdade de um povo”

Mentiras

Na qual acredita o povinho

O mesmo que vai morrer para que os seus senhores

Continuem a enriquecer

Mas tudo isto

Tudo tenho que esquecê-lo

Porque nada me tira daqui

Sou o

O último homem no castelo

Mas estou

E estarei

Neste derradeiro lugar

Porque disfarcei tudo isto

Com um ideal

Por isso

Apesar do medo

Nunca pensei que o fim

Pudesse ser belo

É-o

Quando se cai por uma causa

Sou

O último homem no castelo

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 31/01/2023
Código do texto: T7708425
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