A tempestade

Tenho medo que fiques

Tenho medo que partas

Tenho medo que o teu imenso valor

Passada a tempestade

Não valha nada

Tenho medo dos teus sorrisos

Tenho medo da tua cara fechada

Medo que o teu silêncio

Sejam afinal

As tuas tão desejadas palavras

Tenho medo que me olhes

Tenho medo que me deixes de observar

Tenho medo que a tua terra prometida

Seja apenas um vazio lugar

Tenho medo que este imenso poema

Um dia seja o último

Pois nada tem mais com que se alimentar

Nem

Da tempestade

Ou da tua calma

Que nunca deixaste de gerar

Para que depois de a receber

Mais um poema fosse criar

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 01/01/2023
Código do texto: T7684621
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