CANÇÃO DO RECOMEÇO

Na planície onde vejo varrer a terra

Assobia um furacão

Saibas que, por muito tempo, ali já foi seu deserto

Hoje tudo que contemplas é a solidão no ermo

Um lapso no tempo espaço onde se perderam a coragem e o argumento

De se sentir acompanhada e caminhar a sós como quem apenas precisa aproveitar o bom momento

A viajante rebusca entre aquelas que já foram folhas caídas e embaralhadas pelo vento

E mesmo com a visão ofuscada, consegue enxergar ao longe que o inverno é uma semente pro verão e que o outono é apenas um disfarce pro calor que castiga a alma

E ao mesmo tempo palpita devagar um coração

Caminha sem se importar com nada

Tua semente pode ser lançada pelos canteiros à beira da estrada

Se teu norte já ficou pra trás há muito tempo

Faz das desordens e tropeços pontes ou pedras e lança-as bem longe

Na Invernada

Deixa florescer no coração a vontade

Teu lema

Indelével tatuagem

Lança foRA o que não presta

O importante é ser feliz e mais nada

É só voCE e MAis nada

Seu sorriso a flutuar Insólito

Fulgurante

Teu riso é passaro que simplesmente voa

E suas asas a planar no vento...

A UMA AMIGA POETISA, Limaya...

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