Azul Cerúleo e Amarelo Limão
Conhecidos tons primários,
Memoráveis tons pastéis,
Estou falando dos dois ordinários,
Amigos inalcançáveis.
Separados por uma graduação,
A sanitária perdeu seu tom,
Minha amiga sumiu,
Não voltou aqui não.
Já respondendo a pergunta,
"Porque sou amarelo limão?",
É a amargura da sua ida,
E a ansiedade de sua vinda.
É um tom pastel,
Igual do que costumávamos comer,
Amarelo como Sol em dia de calor,
Quente que se sente o ardor.
Azul Cerúleo é peculiar,
Só aparece quando o dia começa a esvair,
Tom que não encontra amarelo,
Sozinho e singelo.
Indo contra suas naturezas,
Tons primários ei de encontrar,
Na tela que Deus vos deu,
Como ei de pintar?
As mensagens não possuem cor,
Figurinhas não substituem fotos,
Áudios não são gargalhadas presenciais,
Coisas que chama de vídeo não traz.
Poucas amizades me restaram,
Dos amigos que me abraçavam,
Falta o amarelo limão,
Para tomar um cascão.
Amarelo é tom de creme do sorvete,
Como faço para ver-te,
Amarelo meão,
Andando na avenida na escuridão.
Este texto é um desabafo,
De um desaforo,
Uma carta que não retornou,
Sozinho sem minha amiga estou.
Não quero só relembrar memórias,
As boas e as escórias,
Quero criar outras mais,
Só que não vem aqui mais.
Alguns momentos a sobrancelha levantará,
Lendo nossos momentos de risada,
O tempo passará,
Você aqui não está.
No fim de semana queria sair,
Comer, jogar cartas, sei lá,
Nunca sei quando vai vir,
Quando virá?
As vezes que passei no apartamento,
O perto da faculdade,
Dá aquela dor no peito,
É infarto ou saudade?
Lembre-se que amarelo é uma das principais cores,
Faz falta e causa dores,
De fofocas das pessoas nos corredores,
Falas dos antigos e novos amores.
Sua presença,
É sentença,
Prisão perpétua no meu coração,
Amizade que não luto em vão,
Tá sendo difícil,
Sem minha parceira de rodízio.