Você me entregou o pouco que restava do seu coração
Os salões de festa
Dentro de seus
Brancos sonhos
Os hóspedes os deixaram
Despedaçados
Arruinados
Os violinos
Amordaçados
Balões estourados
Seus traçados, vitimados
Fadados
Aos maus tratos
Aos retalhos, sentenciados
Celas do ridículo, trancafiados
O sumir da sua fome
Seu vigor, não quer que ele tome
O descolorir te torna insone
O desânimo te come
Propósito, ele some
Entre os entretantos
Apesar dos poréns
Mesmo com os mas
Levando em consideração
Todos os todavias
Você reuniu
Os poucos pedaços
Os remendou com carinho
E o entregou a mim
Um presente tão pequeno
Tão leve quanto feno
Presente belo
Fruto de um elo
Forjado sob bater
De martelo
Guardarei
Com carinho
Meu coração
Baterá por você
Até o último bater
E me lembrarei de ti
Até minha massa cinzenta
Ser varrida pelo tempo
Junto às cinzas