Nas tuas águas profundas
É onde mergulho
Sem a certeza
De que alguém me irá salvar
Esse “alguém” és Tu
Que tanto estás ali
Como em qualquer outro lugar
Nesse mar das nossas dúvidas
E dos nossos lugares comuns
Sinto-te sempre
Mas nunca sei onde realmente estás Tu
Não porque as águas sejam imensas
Que não são
Mas o que lhe falta de vastidão
Sobra-lhe em profundidade
Onde aproveitas para te esconder
E para brincar à eternidade
Mas
Meu Amor
O tempo não joga a nosso favor
O tempo é como os teus ventos
Que nos destroem
Se não forem controlados
Por isso não me canso de te pedir
“Fica toda
E não apenas por partes”
Porque um dia irás voltar
E não me irás encontrar ao teu lado
Fica
Para tentarmos enganar esse tempo
E nos mil anos que nos restam
Podermos brincar os dois à eternidade…