Um dia ao abrir minha janela
Um dia ao abrir a janela da minha alma
Pousaste la, no parapeito reservado
Para deixar o sol entrar
E te deixei ali ficar
Um dia te convidei a entrar
Para conhecer mais amiúde
Esses recônditos de mim...
E entrastes
Penetrando tão intensamente
Que fácil, bem fácil chegaste
Ao meu coração ...
E assim trouxeste para dentro de mim
As cores de um arco-ires
Brilhando em um céu azul...
E nem o brilho do sol conseguiu
Apagar essa luz que meu olhar vislumbrou
Quando te viu chegar
Te dei abrigo, te alimentei
Com as sementes que fazias brotar
Da minha inspiração
Forrei o caminho por onde passavas
Com pedaços das pétalas
Que meus versos produziam
Para não ferir teus pés
Dei asas a tua imaginação
Deitei no teu colo para sonhar contigo
Imaginando a vida conquistar
A tua alma e a minha se entrelaçaram
Passando a viver uma só poesia
Em poemas onde emergiam
De duas almas que se buscavam, abraçadas
Descobrirem unidas
O sentido da vida ...
Porém um dia, tua alma resolveu
Se desprender da minha
E pela janela na qual um dia encontrou aberta e entrou
Voou ...
MARIA CÉLIA PINHO
18/07/2021
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