Num poema
Que demónio da distância
Te devorou a saudade
Para que tenhas ido para o futuro
Deixando no presente
A amnésia da tua vontade?
Que fantasma da ternura
Anda as tuas noites a assombrar
Para que evites um corpo
Que apenas te quer abraçar?
Que tempestade dos sentidos
Espalhou um nevoeiro no olhar
Que te impede de ver
De tocar
De sentir o cheiro
De quem te ama
Mas que nunca o conseguiu verbalizar
Dizendo apenas
Agora
"Volta"
Num poema
Com esse nome
Esperando que ele seja publicado
Para que o possas ler
E desse teu futuro
Ao nosso presente
Queiras regressar