Os criadores do nada
Gente danada
Gente teimosa
Gente ultrapassada
Gente anacrónica
Porque se recusa a deixar essa arte esquecida
De cuidar
E velar pela
Palavra
Da forma mais lírica
Onde em verso
Tratam as suas dores
Ou apenas sensibilidade
Que não os deixam dormir
Desde o momento em que nascem
Até ao fim da sua eternidade
Ou de uma maneira mais formal
Onde contam as histórias
Que a sua sede pelo infinito
Não pára de gerar
Histórias sobre tudo
O que consigas imaginar
Ou então “limitam-se”
A narrar
Aquilo que fica
Depois da História
Ter sido esgotada:
A palavra
Que preserva no tempo
Vidas
E um tempo
Extintos
Mas que pela leitura
Serão para sempre recordadas
Essa gente danada
São
Acima de tudo
Narradores dos sonhos
Que ficaram por concretizar
Mas que deram origem histórias
Sobre a impossibilidade
Que os filhos da nova História vão inspirar
Para tentar construir um novo mundo
Que vai tentar vencer
Onde o velho só conseguiu falhar…