GENÉTICA

Ao Sindroma

Aos meus amigos e amigas que conhecem esta realidade em mim e que me aceitam como tal com todo o seu enorme carinho e, claro, à minha mana Ritita que ontem assistiu à manifestação dele, duma forma suave, como suave parece ser agora a minha Vida

Obrigado por existirem e por serem quem são

GENÉTICA

Prisão em si

Que não me deixa

Por vezes respirar

Que me indica

Não indicando

O meu peculiar lugar

Genética

Clausura de genes

Castradora de sentires

E guia venenosas

De perigosas acções

Que por vezes origina feridas

Em quem estimo

Pese embora todas as minhas

Louváveis intenções

Genética

Espelho do que sou

E do que sempre serei

Escravo

No lugar do rei

Capacidades inatas

Mas pouco percebidas

Super-poder

Que encerra um lado negro

Que de toda a gente quero esconder

Grilhetas

Que me irão acompanhar

Até ao dia

Em que eu morrer

Embora eu por vezes

As possa alargar

E por vezes

Me sentir livre

Podendo assim respirar e ser

Eterno sonhador

Pois se não fosse o sonho

Eu não saberia

Como respirar

E assim me juntar

Ao mundo em meu redor

Que é a minha casa

Que é a febre benigna

Nesta espécie

De segredo

E quase incompreendido

Fervor

Genética