Amizade: duas aves irmãs. Paralelo a um soneto de Florbela Espanca

Autor Valdir Loureiro

Deixo-te ser minha amiga,

dando as mãos para eu beijar.

És uma ave a cantar

pelo ninho que me abriga.

“Seja o que for” que eu te diga...

sou ave, Amor! e carinho.

Sob o sol do mesmo ninho

— eu por ti e tu por mim —,

sobrevoo o teu jardim

onde pouso de mansinho,

como faz o passarinho

expulso de outro confim.

Fechado em tuas mãos: assim,

em sonho ou sem fantasia,

meu beijo se guardaria.

E salvo melhor juízo,

eu teria o paraíso

com a amiga que eu queria.

Notas:

É quase impossível aprendiz imitar quem é mestre. Revendo o que chamei de "Réplica", não achei mais adequado e disse "Parodiando"; aqui já chamei de Paralelo, ainda sem saber se é isso mesmo.

Poema em 3 quartetos e 2 tercetos – com intenção de "réplica de confirmação e confronto" – para o soneto Amiga, de Florbela Espanca.

Para ver o texto aludido clicar abaixo:

https://www.pensador.com/frase/NDE3NDA/

Nota de autocrítica >

O meu poema isolado,

que importância teria?

Talvez nem fosse rimado:

de pouco valor, seria.

Mas, junto ao célebre soneto,

quem sabe, até o poemeto

alcance muita valia.

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