O RAPAZ DO SUPERMERCADO
Sinto tanto ao vê-lo galgar a ribanceira !
Lamento, querido jovem, seja tão franzino
E deva vestir macacão de supermercado
E arrastar pesos em tão tenra idade
E, em vez de namorada, correr para bater ponto
E ser exigido, exceto na pequena pausa de almoço.
Lamento, jovem franzino (de cabelos engomados em gel),
Lamento que em plena adolescência tenha de dar duro
O dia todo para, de noite, ir à escola pública,
A qual nada lhe acrescentará, mas que você precisa
Para manter-se como "aprendiz" no supermercado ...
Lamento tanto, tanto, este estado de coisas, ciclo vicioso,
Ano após ano jovens cada vez mais menos instruídos,
Contentes por achar uma colocação por poucos trocados,
A olhar com sentimento de injustiça o sucesso de outros no tráfico.
Há uma ternura que sinto por você, a de homem sem filhos.
O coração deseja-lhe força e Bem ao vê-lo apressado nas manhãs,
Compromissado com o que elegeu como dever, como dever .
Relevos, Leis de Newton, Segundo Reinado, Coordenadas Assindéticas,
Polinômios, Eletrólises e To Be aguardam-no, à noite, para cansá-lo mais ...
E hoje, pela camiseta, noto que está feliz pelo Palmeiras, ontem ...