O Fim
No fim da garrafa
Estava a mão
Que me devolveu a sobriedade
Fazendo que a mesa ficasse cheia
Não de outras garrafas
Mas da tua presença
Que afogou as mágoas
E com ela a saudade
No fim da noite
Ausente de sono
Na forma de um toque
Na porta
Fizeste das minhas trevas
A tua madrugada
Nada dissemos
Os lábios exclamaram
"Fim"
Que era a nossa palavra
No fim
Da história
Estava uma palavra
O teu nome
Para me recordar
Que podes não ser o começo dela
Mas és o fim
Antes do ponto terminal
Em que a encerro
Deixando-te presa lá dentro
Para que o início
Seja uma partida
Mas o fim
Um lugar
Onde queiras ficar
Onde a ideia de ir
Seja tão dolorosa
Que prefiras o meu abraçar...