O Fim

No fim da garrafa

Estava a mão

Que me devolveu a sobriedade

Fazendo que a mesa ficasse cheia

Não de outras garrafas

Mas da tua presença

Que afogou as mágoas

E com ela a saudade

No fim da noite

Ausente de sono

Na forma de um toque

Na porta

Fizeste das minhas trevas

A tua madrugada

Nada dissemos

Os lábios exclamaram

"Fim"

Que era a nossa palavra

No fim

Da história

Estava uma palavra

O teu nome

Para me recordar

Que podes não ser o começo dela

Mas és o fim

Antes do ponto terminal

Em que a encerro

Deixando-te presa lá dentro

Para que o início

Seja uma partida

Mas o fim

Um lugar

Onde queiras ficar

Onde a ideia de ir

Seja tão dolorosa

Que prefiras o meu abraçar...

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 15/11/2020
Reeditado em 15/11/2020
Código do texto: T7112261
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