Fotografia emocional
É assim como vejo
Não
Como sinto a poesia
Porque fixo os meus momentos internos
Com palavras
Uma espécie de raios X
Que depois de tirados
Nos devolvem a calma
E que permitem ver o quão profunda
Pode ser a nossa alma
E é assim
Que os meus instantes sensitivos
Ficam não perdidos no tempo
Mas prisioneiros num papel
Até que alguém os liberte
Com a sua leitura
É assim que
(Desejo)
Daqui a mil anos
Quando nem sequer o esqueleto da memória
Restar de mim
Alguém vai poder sentir
O quanto intensa foi a minha dor
O quanto bela foi a minha ternura
A cor das minhas lágrimas
Por ver o tempo a passar
Tão depressa que não o consegui agarrar
Vai poder sentir
O quanto feliz eu fui
Apenas pelo facto
De por aqui andar...