Fotografia emocional

É assim como vejo

Não

Como sinto a poesia

Porque fixo os meus momentos internos

Com palavras

Uma espécie de raios X

Que depois de tirados

Nos devolvem a calma

E que permitem ver o quão profunda

Pode ser a nossa alma

E é assim

Que os meus instantes sensitivos

Ficam não perdidos no tempo

Mas prisioneiros num papel

Até que alguém os liberte

Com a sua leitura

É assim que

(Desejo)

Daqui a mil anos

Quando nem sequer o esqueleto da memória

Restar de mim

Alguém vai poder sentir

O quanto intensa foi a minha dor

O quanto bela foi a minha ternura

A cor das minhas lágrimas

Por ver o tempo a passar

Tão depressa que não o consegui agarrar

Vai poder sentir

O quanto feliz eu fui

Apenas pelo facto

De por aqui andar...

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 28/10/2020
Código do texto: T7098195
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