VAMOS BEBER, VAMOS CANTAR
Este poema eu dedico em homenagem à MENININHA de Tuba. Grande em seu gesto de amor e fraternidade. Grande na simplicidade do bem viver. Que Deus lhe conceda o eterno descanso..
Amiga do meu querer.
Vamos beber, vamos,
Beber toda bebida do mundo: pinga e licor
bebida de pouco valor, barata, sem jaça.
Porque beber faz bem a quem,
como tu e eu brindemos à vida.
Beber até morrer sem tédio,
sem retreta, sem grito de morte ou remédio,
, ou até pode, simplesmente beber....
Enquanto a bebida faz vadiagem,
liberando o nosso pensar,
criamos imagem da mulher amada,
que por um nada envenena a vida,
Com gestos e palavrão,
nos deixando na contramão,
com gestos e dedo em riste,
resiste ao afago no corpo inteiro,
sem segundo nem primeiro,
fecha a cara e se retira.
Amiga, vamos xingar e praguejar,
Este corpo que envelhece e padece
Sem nunca ter alma a que se preste....
Amiga de verdade verdadeira,
Vamos cantar, louvar e dançar.
Dança de morte derradeira.
Até podemos chorar sem sentido
Redimido, a cantiga de antanho escutar,
Depois de embriagados criamos
Outras burlescas aventuras,
E bebemos muita saideira sem limite
Um pouco tristes nos calamos,
Sem noção do tempo ficamos,
Depois vomitar tudo isto e cair.
Finalmente dormir
Um sono persistente,
Sem futuro nem presente,
Até quando a morte nos levar....