À Minha Avó Amada
Vovó Celina, minha amiguinha,
Chorava por mim, numa defesa,
Na falta da fala, só me aninha,
Que saudade dela! Estou ilesa.
Doce e santa mulher, madrinha,
Vivia presa numa cadeira, gemia,
Envolta na dor de uma paralisia,
Anos a fio, o Amor não retinha.
De todos era tão querida, amada,
Era ela uma avó doceira, prendada.
Tinha uma fé viva, era benzedeira,
Com ela junto, voava, apaziguada.
Um dia me apareceu anjo no céu:
Pedrinhas, água, sua filha acolhia.
Está no bom lugar, acabou agonia,
Vive em boa harmonia, não ao léu.