Andorinha
Todos os dias de manhãzinha
uma andorinha pousava
na janela do meu quarto
e ficava me olhando
por um bom tempo
com seus olhinhos miúdos
ao mesmo tempo que solitários e distantes
um dia desses decidi me aproximar
bolei um plano durante semanas
queria capturar a andorinha
e prender ela dentro de numa gaiola
para que todas as manhãs cantasse
logo quando eu acordasse.
Em uma manhã dessas
quando ela se aproximou da minha janela
como era de costume
levantei da cama muito devagar
e me aproximei dela
com a esperteza de uma raposa
ela estava fazendo um ninho
diante dos meus olhos cansados
e muito tristes
então com o coração batendo forte
já contando os dias para minha morte
tentei em vão capturá-la.
A andorinha foi mais esperta do que eu
fugiu depressa sem nem se despedir
descobriu toda minha soberba
de sufoca-lo com minha insensibilidade
de quem que os pais não deixavam sair de casa
para fazer nada
por estar com a saúde bastante debilitada.
A andorinha voou
voou para muito longe
se perdeu de vista pelo horizonte
e nunca mais voltou
chorei tanto aquele dia
aquela andorinha tinha se tornado
nas últimas semanas da minha vida
tudo o que eu mais queria.
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