Andorinha

Todos os dias de manhãzinha

uma andorinha pousava

na janela do meu quarto

e ficava me olhando

por um bom tempo

com seus olhinhos miúdos

ao mesmo tempo que solitários e distantes

um dia desses decidi me aproximar

bolei um plano durante semanas

queria capturar a andorinha

e prender ela dentro de numa gaiola

para que todas as manhãs cantasse

logo quando eu acordasse.

Em uma manhã dessas

quando ela se aproximou da minha janela

como era de costume

levantei da cama muito devagar

e me aproximei dela

com a esperteza de uma raposa

ela estava fazendo um ninho

diante dos meus olhos cansados

e muito tristes

então com o coração batendo forte

já contando os dias para minha morte

tentei em vão capturá-la.

A andorinha foi mais esperta do que eu

fugiu depressa sem nem se despedir

descobriu toda minha soberba

de sufoca-lo com minha insensibilidade

de quem que os pais não deixavam sair de casa

para fazer nada

por estar com a saúde bastante debilitada.

A andorinha voou

voou para muito longe

se perdeu de vista pelo horizonte

e nunca mais voltou

chorei tanto aquele dia

aquela andorinha tinha se tornado

nas últimas semanas da minha vida

tudo o que eu mais queria.

Instagram:@poetamateussantana

Dante Santana
Enviado por Dante Santana em 03/04/2020
Reeditado em 03/04/2020
Código do texto: T6905273
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.