DUAS DOBRAS

Houve uma manhã de raios solares,

Todos iguais, brilhavam como mais um espetáculo.

Repetidamente,

Gloriosamente,

Manifestavam a alegria da aliança,

Claros como seus olhos.

Aquela luz, fiel. Que penetra a nossa pele.

Queima nossos corações, fielmente.

Todos os dias, o relógio dita nosso encontro.

Marca o passo dos dizeres!

Nasceu do inesperado!

Antes, noite, escuridão! Aos poucos clareia o redor.

O fim da estrela central do universo existe,

Mas não viveremos pra ser testemunha.

Estaremos senil, fielmente.

Contemplando, admirando!

Esperando que seu fim seja tão somente...

Um descuido astrofísico.

Na beira do mar, pistache, luz, paz...

Na porta de casa, caçoleta, ouro, tempo, rigidez, fé.

Construções fiéis da natureza, homem fiel à natureza.

Veja! Só mais do novo, sempre, de novo, renovando.

Inovando, transformando, o sempre, de novo em algo novo.

É urgente! Que o tempo aguente, a gente, um pouco mais.

Nã há dobras que dure o teste do sempre,

sem que aguente, o choro da gente, feito indecente.

Não há amor que cure a dor

do tempo ausente de dias contentes.

Mas há você, que sempre presente,

Instiga a gente a ver que o sol já vai se pôr.

Como é fiel esse sol, sempre presente,

Ensinando a gente. A manhã é questão de tempo!

És o sol, que mesmo dormindo nos enche de fé...

O espetáculo fiel, evidente!

É só questão de tempo,

duas dobras leva mais tempo!