Onde mora a ternura?
Num gesto casual
Que se prolonga até à eternidade
Quando um homem olha para um estranho
Não vendo nele a diferença
Vendo nesse estranho apenas a igualdade
Quando os tempos são de ódio
E a intolerância é a única lei conhecida
Dedicar o tempo a curar
E não em abrir ainda mais feridas
Nos olhos de quem amamos
Ou que desejávamos amar
Nas palavras de quem nos ama
Mas que de quem não somos capazes de gostar
Naquela letra
Daquela música
Que não nos sai da cabeça
E que estamos sempre a trautear
Porque nos recorda
Alguém distante
Que não pode connosco estar
Estando
No entanto
No pensamento
Que faz essa música nos recordar…