Onde mora a ternura?

Num gesto casual

Que se prolonga até à eternidade

Quando um homem olha para um estranho

Não vendo nele a diferença

Vendo nesse estranho apenas a igualdade

Quando os tempos são de ódio

E a intolerância é a única lei conhecida

Dedicar o tempo a curar

E não em abrir ainda mais feridas

Nos olhos de quem amamos

Ou que desejávamos amar

Nas palavras de quem nos ama

Mas que de quem não somos capazes de gostar

Naquela letra

Daquela música

Que não nos sai da cabeça

E que estamos sempre a trautear

Porque nos recorda

Alguém distante

Que não pode connosco estar

Estando

No entanto

No pensamento

Que faz essa música nos recordar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 28/01/2020
Reeditado em 28/01/2020
Código do texto: T6852682
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