O MESTRE E O APRENDIZ (2)


O Aprendiz já andava,
pelas estradas sozinho;
bem alegre ele estava!
Já conhecia o caminho,
que devia percorrer.
Então, seguia sem medo,
nem sonhava em se perder.
Cria saber o segredo
do viver bem sucedido,
e não media o perigo.

Seguia por muitas horas,
sem parar pra descansar,
e zombava das demoras,
ao outros, ultrapassar.
Acreditando-se esperto,
talvez melhor que os demais,
quando via alguém por perto,
supunha-se, então, capaz
de saber, na encruzilhada,
a direção adequada.

Foi ficando orgulhoso
e conheceu a cobiça.
Parecia prestimoso,
mas não via, por preguiça,
a sua própria vaidade.
Talvez inveja sentisse,
ao ver a simplicidade
de seus amigos de estrada.
Assim, por sua tolice,
perdeu toda a caminhada.

O mestre, de longe, sério,
acompanhava o menino.
Conhecendo o ministério,
a nobre arte do ensino,
pensava:- Que vou fazer?
Parece não haver jeito
de resolver a parada;
há junto tanto defeito!
Vou guardar meu parecer...
e agora não digo nada.

Mas ele também sabia,
que na estrada da vida,
não há certo, nem errado:
aprender é todo dia!
Quem crê estar certo na ida,
pode estar bem enganado,
mas na volta, mais atento,
se houve algum crescimento,
caráter melhor forjado,
humildade propicia.

Disse então ao aprendiz,
que nova chance teria
(com certeza o que condiz
com sua categoria...),
pois um mestre é paciente.
Espera que seu pupilo,
venha a ser mais consciente,
e se aproveite daquilo,
que enquanto orava no templo,
o mestre deu como exemplo.