A rebelião dos sentidos

Os olhos

Servem apenas para ver

E depois será o cérebro

A decidir o que vai acontecer

Por isso convém que os olhos

Vejam como as coisas são

E não como elas têm de ser

Os olhos não comandam

São apenas mais um instrumento da vontade

Mas que podem determinar a dimensão do desejo

E com isso

A duração de uma eternidade

Torna-se assim subjectivo

Se é mau ou bom

Estilizarem a verdade

Porque quantas vezes

Nos perdemos na racionalidade?

Naquilo que decidimos

Apenas baseado num dos sentidos?

Tantas vezes

Porque os olhos teimaram em submeter-se

Pecaram por falta de criatividade

Não lhes devendo então caber

Tamanha responsabilidade

Por isso deixei de me importar

Com o que me diz a visão

Adicionei-lhe um aliado:

A emotividade

Dando ordens ao cérebro

Para a ela obedecer

Ela

Uma espécie de nosso anarquista

Que faz o que entende

E não o que lhe passa pela vista

E assim o amor passou a acontecer

Não quando a cabeça quer

Mas quando tem que ser…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 04/09/2019
Reeditado em 04/09/2019
Código do texto: T6737095
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