A rebelião dos sentidos
Os olhos
Servem apenas para ver
E depois será o cérebro
A decidir o que vai acontecer
Por isso convém que os olhos
Vejam como as coisas são
E não como elas têm de ser
Os olhos não comandam
São apenas mais um instrumento da vontade
Mas que podem determinar a dimensão do desejo
E com isso
A duração de uma eternidade
Torna-se assim subjectivo
Se é mau ou bom
Estilizarem a verdade
Porque quantas vezes
Nos perdemos na racionalidade?
Naquilo que decidimos
Apenas baseado num dos sentidos?
Tantas vezes
Porque os olhos teimaram em submeter-se
Pecaram por falta de criatividade
Não lhes devendo então caber
Tamanha responsabilidade
Por isso deixei de me importar
Com o que me diz a visão
Adicionei-lhe um aliado:
A emotividade
Dando ordens ao cérebro
Para a ela obedecer
Ela
Uma espécie de nosso anarquista
Que faz o que entende
E não o que lhe passa pela vista
E assim o amor passou a acontecer
Não quando a cabeça quer
Mas quando tem que ser…