Monumento

Olho para as construções

E vejo cada material que foi utilizado

Para que ele se mantenha firme

Digno de olhares

Digno de morada ou empreendimento

E quando desvio o olhar

Vejo o nosso encontro nesta vida

O tanto que partilhamos sutilmente

Por guardar tão bem o que somos

Em outro lugar

Que apesar de não ser nosso, o é

Respiro fundo e lembro

Das piadas sem graça

As com muita graça apenas para uma

Os medos, os sonhos, os nada´s

A distância e quando estamos perto

E o tanto de coisas que passaram

A acontecer porque nos conhecemos

E tanto que permanecerá acontecendo

E quando olho para este monumento que erguemos

Entre dias de sol, chuva, vento, noite, dia

De férias, sem férias

Fico atormentada por escolher a porta

Uma que se abra mais facilmente

Ou que exija uma fechadura de ouro

Para tanto o passado ou o futuro transitar

No tempo presente

Cabe apenas nós

E a nossa singularidade

Cabe apenas nós

E o que se passa em nossos corações

Adriane Neves
Enviado por Adriane Neves em 14/08/2019
Código do texto: T6720071
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