Monumento
Olho para as construções
E vejo cada material que foi utilizado
Para que ele se mantenha firme
Digno de olhares
Digno de morada ou empreendimento
E quando desvio o olhar
Vejo o nosso encontro nesta vida
O tanto que partilhamos sutilmente
Por guardar tão bem o que somos
Em outro lugar
Que apesar de não ser nosso, o é
Respiro fundo e lembro
Das piadas sem graça
As com muita graça apenas para uma
Os medos, os sonhos, os nada´s
A distância e quando estamos perto
E o tanto de coisas que passaram
A acontecer porque nos conhecemos
E tanto que permanecerá acontecendo
E quando olho para este monumento que erguemos
Entre dias de sol, chuva, vento, noite, dia
De férias, sem férias
Fico atormentada por escolher a porta
Uma que se abra mais facilmente
Ou que exija uma fechadura de ouro
Para tanto o passado ou o futuro transitar
No tempo presente
Cabe apenas nós
E a nossa singularidade
Cabe apenas nós
E o que se passa em nossos corações