O meu paradoxo (preferido)

Se faz frio

Dizes que estás à vontade

E abres as janelas para o ar entrar

Mas se me vês

A tremer

Numa manta embrulhado

Queixaste da temperatura

Enfiaste debaixo do cobertor

Jurando que há anos que me pedes um ar condicionado…

Se o calor aperta

Vais para a praia

Mais quente que consigas encontrar

Voltando para trás

Se vires que mal consigo respirar

Ligando todas as ventoinhas da casa

E pedindo emprestadas as dos vizinhos

Queixando-te

Que quando partes

Eu nunca vou contigo

És pois o meu paradoxo preferido

Mas que só é activado

Quando notas

Que o tempo nos ameaça separar

O paradoxo

Que diz o oposto do que sente

Para que a mesma manta

Possamos continuar a partilhar

Um paradoxo que existe

Para que nunca me falte o ar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 18/06/2019
Código do texto: T6676052
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.