O meu paradoxo (preferido)
Se faz frio
Dizes que estás à vontade
E abres as janelas para o ar entrar
Mas se me vês
A tremer
Numa manta embrulhado
Queixaste da temperatura
Enfiaste debaixo do cobertor
Jurando que há anos que me pedes um ar condicionado…
Se o calor aperta
Vais para a praia
Mais quente que consigas encontrar
Voltando para trás
Se vires que mal consigo respirar
Ligando todas as ventoinhas da casa
E pedindo emprestadas as dos vizinhos
Queixando-te
Que quando partes
Eu nunca vou contigo
És pois o meu paradoxo preferido
Mas que só é activado
Quando notas
Que o tempo nos ameaça separar
O paradoxo
Que diz o oposto do que sente
Para que a mesma manta
Possamos continuar a partilhar
Um paradoxo que existe
Para que nunca me falte o ar…