A violência dos sentidos

Porque escrevo?

(uma pergunta que é normal fazerem depois de me lerem)

A resposta é difícil

Porque escrevo desde que me lembro

E mal me recordo de tudo isto ter começado

Porque quando os anos são alguns, mas sobretudo intensos

A memória tende a perder-se algures no passado…

Mas como escrevo

Desde que comecei a tomar a percepção do Ser

Escrevo para respirar

Nos intervalos de viver

Escrevo porque sou comandado pela sensibilidade

Que vê nas palavras

Um meio

Para se revelar

Usando-me

Porque quando escrevo é ela que está a falar

Por isso escrevo apenas quando sinto

Escrevo quando partes

E me dilacera a saudade

Escrevo quando chegas

Para celebrar a felicidade

Escrevo quando o mundo me parece demasiado cruel

Escrevo quando vejo alguém a partilhar

O seu último pedaço de pão

Com um desconhecido

Escrevo para tentar domar esta violência dos sentidos

Escrevo

Para tentar preencher com sensações os meus vazios

Escrevo porque sou um náufrago no mar das minhas emoções

Escrevo

Porque a escrita me traz paz

Tranquilidade

A escrita é o meu porto de abrigo…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 15/06/2019
Código do texto: T6673578
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