A terra do mar I
É o local
Por onde muito que ande
Nunca te consigo alcançar
Talvez
Porque em vez de caminhar
Deveria antes
Nadar…
Mas como se nada em terra
Sem que para isso saia do mesmo lugar?
Tu sabes como
Mas nunca mo irás revelar
Para que continue
Por perto
A te procurar
Mas suficientemente longe
Para a Ti chegar
É a local das miragens
De diversos sentidos
Onde se confunde o sólido
Com o líquido
O lugar das ondas gigantes feitas
Feitas de terra
Mas que nenhum mal podem fazer
Porque sem água
Não se podem mover…
A terra das sereias
Que não nos podem encantar
Simplesmente porque as conseguimos ver
Porque sem mar
Não há forma de se esconder…
É a tua Terra de eleição
Onde o real
Podes transformar em ilusão
Continuando assim a tua fuga
Ou o teu jogo de espelhos
Onde desejando que te veja
Teimas em te esconder
Onde suspirando mostrar quem és
Escolhes antes mostrar as tuas imagens
Reflectidas
Onde sangrando
Ocultas as tuas feridas...
A terra onde
Esperando que te encontre
Insistes em te ocultar
Esperando que o cansaço
À minha terra me faça voltar
Mas esqueces
Que este lugar
É também meu
É o sítio onde mais gosto de estar
Porque tal como a terra
Também tem fim o mar
E quando esse fim acabar
Por fim te irei tocar…