Caixote de flores, de MaisaSilva
Caixote de flores
Garanto que ela cresceu,teceu com terra e tinta,
Um caixote de flores e cores;
Conheceu coisas,e as coisas doem,
Janelas e portas doem,e fez um soneto
Muito mais duro ,e o fez em papel de pão!
Garanto que ela cresceu;E calou de susto
O sustento diário,e gastos foram,seus cântaros
De cônfora,aloés e sândalos e mirras;
As coisas foram gastas,seus amores,e a pressa do cio;
Garanto que se fechou,e caixote de flores,deixou junto
Dos pomares de romãs,e de algumas flores mais azuis;
Fez com que o céu fosse sempre azul,e conheceu a noite,
E abriu toda,como jamais viu,reparou que haviam estrelas
Nela todas,e fez nova partida,de um passo de dança celebrou;
Era fugidia e aflita a noite de estrelas,
E pegou seu caixote de flores,e chorou no pomar de romãs;
Embora na dissessem,que ela cresceu,justamente eu;
Garanto,eram azuis o caixote de flores,que nunca existiu;
Gastos os sonhos,só sei que partiu,mas vi,uma pétala
De flor azul,bem no pomar de romãs,pertinho do sabugueiro!!
(Ofereço esse poema a Lyzzi,grande poetisa e cantora preferida com
solo de violão)
Agradeço imensamente o belíssimo poema!
Leiam MaisaSilva.
Mas preparem antes o coração para essa maravilha de poeta e sua sensível e forte produção!