Nascemos no escuro de nós
Pra dizer à luz que existe amor,
Além da cor escura das vis imagens
E aquém do êxtase das horas descompassadas
Nascemos pra deixar pegadas
E rastros de mundos que somos
Na profusão de quem fomos
Aguardando a manhã
Sim, bem ou mal, nascemos
Após o parto das ilusões mundanas
Nessas tantas tramas de sentimentos
Nesses ventos vívidos de caos e lamas,
Eis que somos simplesmente humanos !
Eis que temos quase as mesmas chamas !
Seremos, então, cog(natos) de sonhos sós ?
Teremos em nós o frio verso da escuridão ?
Se nem pudermos desatar nós
Que nos amarram, trôpegos, à imperfeição,
Além do inconsciente célere e mais atroz,
Céus, essencialmente, quem seremos nós ?
Apenas cog(natos) da efemeridade,
Da luz de toda e qualquer idade, em voz,
Como estátuas cheias da essência humana,
Como réplicas do sonho em tempestades sós,
Quem seremos além do amor que clama ?
Apenas cog(natos) de quem fomos nós ?