A última bailarina
O palco, escuro estava
de brilho, apenas ela
aos poucos virava,
com toda cautela
Fitas prateadas oscilaram,
As luzes não vinham do projetor.
Os movimentos começaram
recheados de fervor
Delirante era o passo
Rápido rodopio,
de repente um pequeno salto
de volta ao principio
Oh Bailarina, da sapatilha meia-ponta de cristal
De talento inato, de perna fina
ela tanto encanta quanto rima
Com a sintonia do Natal.
Maleáveis movimentos,
flexíveis gestos,
indescritíveis os elementos
de seu sublime manifesto.
De olhos fechados ela deslizou,
do hemisfério a outro de cada coração
uma última vez cantarolou,
a última canção
Em seu pensamento, uma lembrança:
uma neta, uma tarde de sol e um sorriso de criança.
Logo seria Sofia, à ali estar
cintilando, vibrando, sentindo; algo como ouvir o som do mar.
Uma fita, do céu desceu
No ritmo da música, ela fluiu
O sentimento cresceu,
Sofia sorriu.
E, pelos corações que encantou
Pelas famílias que inspirou
e pela neta que amou
a Bailarina chorou
A salva de palmas começou,
semblantes brilhantes
olhares para o céu:
Apenas bailarina e seu véu
O som da salva ecoou,
O brilho da chuva, em uma janela, reverberou
A música silenciou
E um amigo se emocionou.