O CAVALO
Diamante foi cavalo de Papai,
Ambos muito grandes amigos,
O cavalo sempre afeito a afagos.
Vovô precisa vendê-lo, lá se vai
Diamante para novos abrigos .
Papai chorou, sem embargos.
Dez anos depois, Papai já era meu pai
Andava absorto pelas calçadas,
Preocupado com meu sustento.
Eis que um relincho, a charrete quase cai,
Diamante festeiro imune às chibatadas
Achegou-se ao amigo, sedento
De carícias dadas por um bom cavaleiro:
Ali, na rua, os dois e nada ao mundo inteiro.