O CAVALO

Diamante foi cavalo de Papai,

Ambos muito grandes amigos,

O cavalo sempre afeito a afagos.

Vovô precisa vendê-lo, lá se vai

Diamante para novos abrigos .

Papai chorou, sem embargos.

Dez anos depois, Papai já era meu pai

Andava absorto pelas calçadas,

Preocupado com meu sustento.

Eis que um relincho, a charrete quase cai,

Diamante festeiro imune às chibatadas

Achegou-se ao amigo, sedento

De carícias dadas por um bom cavaleiro:

Ali, na rua, os dois e nada ao mundo inteiro.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 29/11/2018
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