SOU DO POVO
Sou do povo, vivo com o povo,
Não pertenço ao enorme polvo,
Em que me sinto tão envolvido,
E por nunca eu ter contribuído.
Com o povo vivi muito tempo,
Enquanto tive certa liberdade,
Ter sofrido sério contratempo,
Foi para mim uma eternidade.
Abri as portas para o meu povo,
Deixei-o entrar em minha casa,
Chamaram-me de muito louco,
Toda a gente assim me acusava.
O povo de tão humilde, sofre
Com a a peor descriminação
A que está sujeito, tão pobre
É, que teme pelo seu coração.
Entre o povo não há disputas,
Pouco ou nada têm, alguma
Coisa que sobra são macutas,
O seu colchão é de espuma.
Ruy Serrano - 15.10.2018