Minha palavra roçando na sua palavra
Retirando gemidos e fonemas incompreensíveis
Sucitando sentimentos e desvarios.
Meu lirismo bruto amainando a violência tácita
encaixadas na trama social.
O opressor fantasiado de fada-madrinha.
Guia e condutor.
Coach e treinador etéreo
de manifestações ensaiadas.
Longos scripts para personagens montados
Velhos paradigmas
Grotescos paradoxos
E o silêncio enigmático de teus olhos.
Minha mente percorrendo corpos
Fazendo a leitura de almas
desnudas pela ignorância ou
ingenuidade.
Espíritos transparentes
que se movem dentro da cena
Sem semântica, ou então,
carregando a culpa de ser
o que não escolheu ser...
Quem dera ter a lascívia
sedutora.
De desejar seus anseios.
De cultuar seus deuses
No altar que escolher...
E encontrar-lhe em paz
sozinhos a tramar contra o destino
em meio ao turbilhão
do tempo tão contemporâneo.