O velho amigo estranho

Ele sempre sorria como quem

me conhecia

Ébrio pela noite, num bar

Na idade de ser o que é

Decidido? Não sei.

Eram altos apertos de mão

Empatia radiante

Sorriso anestesiado que vinha

de dentro

Os goles de cerveja (sua trama)

Prazer, prazer e desprazer

Fomos amigos de alguma forma

No cheiro do álcool, talvez

Na lucidez do dia

Caminhando retilíneo por calçadas

Vi meu amigo

Ele me viu, e não, não falou

Sem expressão, sem sorrisos...

Não senti o cheiro do álcool

E o vento levou aquele velho

Estranho...

Gracy Morais

SP, 13 de junho, 2018.