AMIGOS QUE ME ESCUTAM E ME DISPUTAM
 


Tenho amigos há anos:
humanos, desumanos,
germanos, muçulmanos,
ciganos, se não me engano...
Ah, sim,
há alguns insanos,
tiranos, soberanos!...
Pouco menos, pouco mais,
somos todos iguais.
Mas não me ulfano,
se só me apaixono
pelos quase humanos.
Coisas do coração:
são dois cãezinhos
de estimação
- quase irmãos -
que não me abandonam
em qualquer situação:
quando penso que chego,
chegam antes de mim;
qando faço que saio,
correm feito um raio,
seja longe, seja perto,
na cidade, na selva
ou no deserto.
Assim, estou certo
de que no meu fim
- diz-me a consciência -
eles sentirão
minha ausência
- creio, deveras -
e uivarão por mim,
não por aparência,
nem por lamúria
escondida
sob lente escura,
mas como prova
incontida
de sinceridade,
fidelidade,
lealdade e
de saudade,
de verdade!
 
Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 16/06/2018
Reeditado em 19/06/2018
Código do texto: T6365763
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