NÃO CHORES A MINHA AUSÊNCIA
Neste jogo não assumido
A corda tinha que esticar
E rebentar
Tal como rebentou por ora a minha paciência
Não chores a minha ausência
Porque serei sempre omnipresente
Pois a omnisciência
É o meu Reino
A minha ciência
Não chores a minha ausência
Acabou…ou vai tudo recomeçar
Não o sei…
Sei apenas que esses são caminhos
Que não costumo frequentar
Não chores a minha ausência
E eu…
Novamente Eu
Estou no limbo
Em que desejo ser como Tu
E ao mesmo tempo
Mais comigo
Nesta dialéctica sensorial
Pois é assim que me sinto
Não chores a minha ausência
Restos de chagas
Bem naturais
Mas por ti subliminarmente infligidas
Não fazem de mim um santo
E provavelmente nem uma pessoa querida
Incapaz do milagre
De te curar as feridas
Apostolo que prega eternamente
No mesmo deserto
Mas atingi um certo limite
E parti
Para nenhures
Embora o meu real longe
Seja sempre perto…
Não chores a minha ausência
Paris, 18 de Agosto